A jornalista Mariana Mallmann assina, no jornal Eco da Tradição de junho, uma interessante matéria sobre como os concursos de peões e prendas podem aproximar os seus participantes das artes manuais. Em alguns casos, como os de Graziela e Felipe, pode até virar uma fonte de renda. Confira a reportagem na íntegra.
“Jovens espalhados por todo o Estado desenvolvem peças para consumo próprio e para venda. Graziela Bruxel e Felipe Philippsen servem como exemplo. Eles produzem acessórios para prendas e trabalhos em couro.
Um universo de crianças e jovens passa, anualmente, pelos concursos realizados pelas entidades tradicionalistas de todo o Estado. Destes, centenas seguem para as fases regionais e, outros tantos, para as estaduais. Conforme definido pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), um dos objetivos da Ciranda Cultural de Prendas e do Entrevero Cultural de Peões é elevar o nível cultural e intelectual dos concorrentes, estimulando a gradativa e natural integração com o meio do tradicionalismo organizado.
Através da Mostra Folclórica e da prova de Trança, prendas e peões, respectivamente, desenvolvem e aprimoram suas habilidades. Graziela Bruxel, de Estrela, e Felipe Philippsen, de Santo Augusto, servem como exemplo. Ambos descobriram talento para as artes manuais ainda na infância, porém, estabeleceram íntima relação após suas gestões. Ele foi Peão Destaque Campeiro do Rio Grande do Sul 2006/2007 e ela, Prenda da 24ª Região Tradicionalista, além de diretora dos departamentos Cultural e Artístico.
Graziela desenvolve acessórios para prendas, como flores e joias. Segundo ela, as confecções iniciaram há quatro anos. “Começamos a confeccionar para consumo, pois não achávamos em nossa região arranjos que fossem acessíveis. Com o tempo, resolvemos aprimorar nosso trabalho e introduzimos outros materiais. A linha de jóias veio junto com os arranjos, porém, com menos força no início”, revela.
Já Felipe desenvolve trabalhos com couro desde os 10 anos. Conforme o jovem, foram as atividades do campo que o apresentaram o tradicionalismo organizado. “Costumo trabalhar com tudo que envolve o couro, tanto para encilha quanto para vestimenta. Faço mais para venda do que para consumo, além de ser algo que faz muito bem para a alma, acalma e nos faz parar no tempo”, descreve.
VENDAS
Os arranjos e joias produzidos por Graziela, juntamente com uma equipe formada por outras três pessoas, já foram enviados para diversas regiões do Estado e também para a Amazônia, São Paulo e Mato Grosso. Para facilitar o acesso e a escolha dos interessados foi criado o sítio www.gana.net.br. De acordo com Graziela, o espaço está em fase de formulação e, em breve, oferecerá aos clientes imagens dos produtos e os contatos para compra. Como a representante da 24ª RT, Felipe utiliza também a Internet.
Ambos destacam a importância que o Movimento Tradicionalista Gaúcho teve em suas vidas. “Sem dúvida as contribuições foram diversas. Antes de concorrer a prenda não sabia me expressar direito, tinha medo das pessoas e vergonha de falar em público. Atualmente, tive que largar os cargos regionais, devido aos compromissos pessoais, mas sigo no meio, trabalhando com danças de salão e tradicionais e acessórios de prendas”, diz. Felipe acrescenta. “Os concursos me fizeram ver com outros olhos a realidade de hoje, a entender o que o MTG luta para manter e a elevar o meu conhecimento. Sou muito grato por tudo e, sempre que preciso, ajudarei sem esforços”, garante o peão de 22 anos.
Fonte: Blog do MTG
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