Reproduzo este artigo interessante aos tradicionalistas:
“Fé e tradição"
Sou um dos fundadores da Cavalgada dos Mártires. O percurso atravessa os municípios de Nonoai, Rio dos Índios, Alpestre, Ametista do Sul, Frederico Westhpalen, Palmitinho, Três Passos, entre outros, somando aproximadamente 240 quilômetros e é percorrido em uma semana. E a razão de minha participação não se deve unicamente ao prazer das cavalgadas, antiga tradição gaúcha. Neste caso, especificamente, é um ato de fé.
A Cavalgada dos Mártires, para quem não a conhece, é uma homenagem aos Beatos Manuel Gómez González e Adílio Daronch, brutalmente assassinados no ano de 1924, na localidade de Feijão Miúdo. A história do padre Manuel e de seu coroinha, Adílio Daronch, é principalmente uma história de doação, de devoção. Um exemplo que não deve ser esquecido, mas sim, rememorado e celebrado.
Criar este evento, hoje promovido em parceria entre prefeituras municipais e três Regiões Tradicionalistas (18ª, 20ª e 28ª), faz-nos refletir sobre uma das principais e mais importantes características do Movimento Tradicionalista Gaúcho: a aceitação das diferenças, a união de povos, raças e crenças sob um só galpão. O lugar onde a fé encontra a tradição. Também é uma forma que encontramos para realizar uma de nossas missões, declaradas no artigo primeiro da Carta de Princípios.
Quando você entra em um Centro de Tradições Gaúchas, ninguém lhe pergunta qual sua profissão, quanto você ganha, qual carro você tem ou que cargo você ocupa. Os CTGs são espaços de preservação da tradição e de celebração dos usos e costumes do nosso povo, assim, basta que você diga que este é seu objetivo e será naturalmente bem recebido pelo grupo. Uma convivência desinteressada, onde todos buscam um mesmo objetivo, como a que existe dentro dos CTGs, é rara nos dias atuais. E chego mesmo a acreditar que é uma receita adequada contra a época consumista e individualista em que vivemos.
Outro remédio, se assim podemos afirmar, é a Ciranda Cultural de Prendas, evento que realizamos no final do mês passado, em Santa Maria. Essa iniciativa do Movimento Tradicionalista Gaúcho é mais uma proposta que traz como objetivo principal a convivência entre os jovens tradicionalistas. A conquista das faixas de 1ª, 2ª e 3ª Prendas é secundária em relação aos ganhos que estes jovens adquirem ao participar do Concurso. Conhecimentos sobre a importância do respeito entre as gerações, a história do Rio Grande do Sul, as responsabilidades de uma prenda, são apenas alguns dos aprendizados.
Nessa quadragésima edição, as prendas do Rio Grande ganharam um belo presente. A edição do documentário “Prendas - 40 anos de concursos”, no qual se resgata o início da participação da mulher no Movimento, com belíssimos e importantes depoimentos das pioneiras Cyra Dutra Ferreira, Lia Santos Mariante, Nora Ferreira, Nilza Lessa, Alda Borghetti, além de depoimentos de prendas de gestões passadas. Um importante registro, que agora será distribuído para entidades tradicionalistas e servirá como material de pesquisa para esta e as próximas gerações. Parabéns a todas as prendas que participaram do evento e saibam que, independente do resultado, o Rio Grande precisa de todas vocês.”
Post: Felipe Basso - Blog MTG
fotos: portal de noticias Ijuhy.com
Abraços...
Sérgio Spier
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