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Este blog pertence ao Tradicionalista Sérgio Spier, vulgo Pepecão (nome artístico) para os correligionários da tradição que me conheceram nos anos 70, 80. Posto discussões da Política e do Tradicionalismo vigente além de temas didáticos para pesquisas culturais.


15 de out. de 2010

CHAPÉU PANÇA DE BURRO - SEMPRE EXISTIU

Navegando do grande blog cultural do amigo Leo Ribeiro, encontrei uma informação preciosissima sobre este tipo de chapéu, contestado por alguns intelectos emergentes do nosso Movimento. Este tipo de chapéu (pança de burro) muito usado nas minhas apresentações artísticas dos anos 70 e 80 enquanto bailarino de invernadas, despertando a curiosidade do público que não o conhecia naquela época. Mas segundo nossas pesquisas, muito utilizado pelos nossos pagos, e "proibida" de ser representada nas apresentações de cunho Rodeisticos e Enartísticos, lamentável embora alguns grupos de danças ainda possuem a pretensão de apresentar-se com ele ainda. Vale a presquisa:

Os portugueses trouxeram dois tipos de chapéu: o de feltro, de copa alta, e o de palha, comumente chamado de "abeiro". O chapéu de feltro era caro, usado normalmente por homens de posse. O de palha (de arroz, de trigo ou de milho) era do homem comum e da gurizada das estâncias. Militares, magistrados e pessoas importantes usavam até a primeira metade do século 19 o chapéu bicórnio estilo napoleônico, conforme descrição dos cronistas do passado e de pinturas de Jean-Baptiste Debret, substituído depois pelo chapéu tricórnio.

Após a guerra do Paraguai, a copa do chapéu de feltro vai se achatar e a aba do chapéu ficará mais larga, tomando as formas que o chapéu campeiro gauchesco ostenta até hoje, invariavelmente preso por um barbicacho que passava por baixo do queixo ou abaixo do lábio inferior. O barbicacho surgiu pela necessidade de fixar o chapéu á cabeça durante o ato de cavalgar, sobretudo nas galopadas. O chapéu do tropeiro sempre foi característico: para não juntar água em caso de chuva, a copa era e ainda é amassada em forma de pirâmide. O gaúcho da fronteira gosta de usar o chapéu de feltro com abas mais ou menos retas, como o chapéu português do campino ribatejano. Já o gaúcho serrano tradicionalmente usava o chapéu desabado na frente e atrás. Depois do advento do cinema e do caubói, o gaúcho serrano passou a levantar as abas do chapéu dos dois lados.

Mas o chapéu mais tipicamente gauchesco, o mais original, era o "chapéu pança de burro", cortado circularmente da barriga de um muar e amoldado, ainda fresco, na cabeça de um palanque. Com o uso, perdia o pêlo e tomava uma cor esbranquiçada, conforme aparece em quadros de Debret (abaixo).

2 comentários:

  1. Olá Sérgio,

    excelente matéria sobre o chapéu de pança de burro.

    Abraço,

    Paulo

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  2. Eu gostaria de conhecer alguem que use no cotidiano , na chuva e no mormaço, um chapeu de couro cru de pança de burro, acho que tem muito mais mito do que realidade nesta historia do chapeu pança de burro e alguma teimosia em admitir sua verdadeira utilidade, se é que houve algum dia

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